sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Der Baader-Meinhof Blues Gruppe

"O grupo Baade-Meinhof" era uma organização de extrema esquerda alemã, uma fração armada do exercito vermelho (Rote Armee Fraktion – RAF), que iniciou em 1970, e não é só coisa de 70 à 80, logo antes de Brasilia nos dar Legião (82 a 96, a música está no disco inicial de 85...?). mas perdurou até 1998, quando uma carta de oito páginas, datilografada em alemão, foi enviada à agência de notícias Reuters, assinada com o logotipo da RAF - uma metralhadora MP5 sobre a estrela vermelha - comunicando o fim das atividades do grupo, depois de 28 anos de existência como organização.
Jovens. Heróis, mártires, criminosos? Seria por que "A violência é tão fascinante, e nossas vidas são tão normais"? Não, e sim por que "essa justiça desafinada, é tão humana e tão errada", vai saber lá qual é essa justiça, a burocrática, que se faz de cega, humanitária que a todos finge tratar como igual? A justiça dos magistrados, dos caras de toga é mais justa e humana que quando da massa se revoltam uns e por meio da violência quer virar o jogo? Qual seu custo, pegar em armas? Talvez! “Nós assistimos televisão também, qual a diferença” em fazer revolução pelas próprias mãos, se sabemos o que acontece? O sacrifício de poucos justifica a "liberdade" de muitos? 

“As guerrilhas urbanas operam no vazio entre o estado e as massas.” Andreas Baader


A violência parece fascinante e não normal, apartada de nossas vidas, mas ela acontece o tempo todo, é fascinante, mas não distante. 
“Você passa de noite e sempre vê, apartamentos acesos”, confortavelmente as pessoas podem assistir a revolução de suas janelas -  naturais ou as eletrônicas.  Daí tudo parece ser tão real. Mas quem  não  viu esse filme também? Assistir é uma coisa, saber seu custo é outro. Estar no meio é outra coisa! Andar nas ruas e ouvir gritos, ver pessoas correndo, achar que pode ouvir alguém chamando seu nome, mas não é! São muitos gritos juntos! Que vazio. Um monte de corpo cheios de vazio! Corpos massificados, corpos sem individualidade, corpos quentes, que em prol de uma liberdade são uma massa fria. O sentimento não é bem o motor da revolução, afinal amar ao próximo é tão démodé. A revolução se esquece da liberdade, ao lutar pela liberdade. Faz tanto sentido ir contra tudo que se fez pelas linhas socialistas até hoje, quanto contra as outras formas políticas.

“Não estatize meus sentimentos
Pra seu governo,
O meu estado é independente.”

Como já diria Churchill, o pior regime é a democracia, fora todos os outros.  Qualquer regime governamental ou contra-ação, ditadura, democracia, socialismo, militância comunista, não obtém sempre sucesso na questão libertar, mas em aprisionar tem o máximo do êxito. Creio que o Renato, esperto como era, não tinha uma visão diferente da que estou tendo agora, o comunismo é conseguido através da estatização de forças privadas, e não sem uma uniformização da população, os outros podem ser inocentes de achar que essa frase grita pro governo que vigora, mas acho que ela grita mais ao socialismo, que até agora só falhou: não estatize esse poder privado, meus sentimentos, não quero ser massa, quero independência, mas maior que essa.

“Protesto é quando digo que não concordo com algo. Resistência é quando me asseguro de que as coisas que discordo não acontecerão mais.” Ulrick Meinhof

Faz muito sentido falar dessa música em todo o contexto desse nome “Legião Urbana”, uma banda, com questionamento político, mas de uma sentimentalidade incrível. Não adianta ser triste para ser militante! Mesmo que o que combatamos seja abominável. É um elo de desejo, um vínculo sentimental mesmo, que deve ligar a oposição ao controle! Não é o que tiramos das tribos urbanas? Elas parecem não vencer o poder, ninguém parece ter alcançado seu objetivo na sociedade, que é derrubar esse poder. Acontece que ninguém sabe bem o que é o poder, e por isso em cada espaço pequeno é possível vencê-lo, e nisso as tribos urbanas, por exemplo, se saem bem, não? Talvez nem saibamos o que é liberdade, se não lutarmos por ela; se ela se der aos nossos olhos um dia qualquer... Essa é uma luta complexa, não é bem delineada, como um exército pode vencer o outro, como a legião romana vencia a todos eles. Certamente é válido terminar com o lema de um vencedor dentro do espaço que se propôs, que conquistou esse espaço dentro da malha do poder. Faz muito sentido pra mim agora, que esta música esteja no primeiro disco, abrindo-me “as portas da percepção” sob o que “deve” ser a Urbana Legio.

URBANA LEGIO OMNIA VINCIT!

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Finais são bençãos ambivalentes.