quarta-feira, 21 de julho de 2010

Não posso mais...

Já não posso mais viver num com tantos amores incorrespondidos, num mundo de desejos, e desejos insatisfeitos. Um jogo que cansei de jogar e não chega nunca ao game over. Já não tenho mais paciência pra jogar fear, quiçá esse jogo chamado vida. Não quero lutar, não quero continuar, não quero me esforçar pra mudar tudo isso, um jogo que eu não pedi pra jogar. Acordar cedo todos os dias e vestir a máscara social, até quando? Até chegar na meia vida morto inteiro? Lutar pela sobrevivência, sem ter o gosto do exagero? Sem nunca ter o que eu realmente queria. Fazer tudo contráriado, me prostituir para as injustas empresas gananciosas, por um salário, em troca de minha peace of mind? Sem explicações, com todos implorando todos os dias aos seus deuses, e morrendo sem seus desejos satisfeitos? Já não posso viver num lugar que odeio, num dos piores cantos dele. Disfarçar tudo isso com pequenas alegrias. Triste sem companhia pra um simples e inocente sorvete, ficar em casa e ver um filme, um pouco de carinho... ter que aguentar as pessoas que amo sendo apenas minhas amigas. Ser um ser humano comum, respondendo ao maldito "oi, tudo bem". Marchando para a morte com tanto esforço, sendo que no fim vem o fim. Porém sem a certeza de que depois do fim vêm o mesmo de antes do começo. Vendo as pessoas me tratarem bem, me despertando interesse, e metidas felizes em suas vidas compromissadas, em seus relacionamnto. Me dando conselhos de que tudo isso passa e eu estou exagerando, enfurnadas em seus carros de quatro portas e suas casas no centro! Chorando todos os dias porque nada disso faz sentido algum! Eu não quero jogar esse jogo. Perdendo tudo que me acalma e me era mais precioso, tomando cuidado onde piso sempre. Eu já não tenho mais o que perder! Então tenho que continuar, tomo esses remédios pra me anestesiar. Saiu e vou beber pra me anestesiar. Observar o amor de longe sem poder tocar, com as palavras e o gestos de carinho sufocando e me corroendo por dentro. Ainda que isso mude e apareça alguém! Já me é intolerável perder tanto! Tanto! Paixões que vem da infância e eu nunca poderei tocar! Se eu tivesse ao menos a garantia de que não há mais amanhãs esperando por mim. O direito humano lhe nega a morte e lhe obriga a todo custo a continuar jogando! É muito sufocante estar preso a essa cela de cadeia que precisa ser alimentada e cuidada, e não podemos mudar! Que nem todos gostam pra te aceitar com par. Não tenho habilidade de persuasão que queria, nem me lembro da arte da conquista! Eu chego e me deito sozinho nessa cama sem forças pra levantar e lavar a louça! Essa dor que tylenol nenhum vai tirar! Pra que inferno? Eu ando pelas ruas temoroso, pânico em cada ato! E eu não sei o porquê! Nenhuma paroxetina vai solucionar, uma mega sena quem sabe. A parte mais agradável do dia é quando me deito e não existo, meu corpo pouco consciente está na cama vulnerável, mas e minha mente? Stand by? Eis a coisa mais cruel que nos poderia ser dada, existir todo tempo. Eu já não aguento o pouco que preciso, eu tenho a única esperança de um dia poder não existir, que o despertador não toque. Que não surja nem um sonho enganador em que eu tenho o que quero e quem eu amo. Que tudo acabe, que seja rápido! Que essa dor pare de sair pelos póros, pelas lágrima, provocando mais dor, olhos e nariz vermelhos e as perguntas! E a ajuda, com palavras vãs, das pessoas que estão apenas marchando pra morte, sem um sentido, apenas indo. Pessoas que não fariam falta. Meu coração amargo deseja que elas desapareçam pra seu benefício próprio. Mas elas continuam aqui. Mas eu continuo aqui! Todos os dias eu acordo. Contos os dias para aquele em que não acontecerá esse infortúnio never more.

Um comentário:


Finais são bençãos ambivalentes.